segunda-feira, 8 de outubro de 2012

E Se...

Uma mulher está no espaço aberto de um elegante café no centro de uma grande cidade. Tem 24 anos, veste-se muito bem (clássica, mas adequada à idade), tem traços finos e gestos delicados. Sentada de pernas cruzadas, olha com prazer e interesse tudo o que está a sua volta, principalmente a arquitetura. Espera com tranquilidade um jovem uns cinco anos mais novo que ela. É maio, e ela toma alguma bebida quente. Ele aparece pouco tempo depois. É bonito e mais jovial que ela. Assemelham-se na beleza, na elegância e nos modos.

ELE (alegre, enquanto se senta) – Não entendi... Hoje você não pediu café?

ELA (rindo da surpresa e da pergunta inesperada) – É bom diminuir a cafeína...

ELE – Eu sabia que você ia responder isso...

ELA – Eu sabia que você responder... isso...

Os dois riem juntos. Ele pega o cardápio e passa as folhas rapidamente para ir direto nas bebidas.

ELE (olhando o cardápio, pensativo) – Hummm... Vamos ver o que vou beber...

ELA – Soda italiana...

ELE (tirando o cardápio do rosto) – O que disse?

ELA – Soda italiana... Eu disse soda italiana... Ou um frascati, se preferir... Hoje está um dia perfeito para um frascati...

ELE – Por que você está me sugerindo isso?

ELA (achando graça) – Porque você gosta e porque acho que faz tempo que não bebe... Só por isso...

ELE – Nunca foi tão fácil... (Para o garçom, que está próximo) – Pode trazer para mim uma soda italiana, por favor?

O garçom responde sim senhor e vai buscar a bebida.

ELE (dobrando cuidadosamente as mangas da camisa) – Agora sim cumpri o que prometi... Vou pagar minha dívida por ter ficado tantos anos fora... E por ter te abandonado (ri para ela, que corresponde). Já comprei nossas passagens... A gente embarca no dia 16 de julho e, se você quiser, podemos ficar lá até dois meses. Só depende de você.

ELA – Eu nem acredito que esse dia chegou. A gente vai poder visitar todos aqueles lugares, aqueles museus, aquelas praças... Amanhã mesmo vou comprar vários guias de viagem e fazer um roteiro bem detalhado para gente, dia a dia. O que será que eu preciso levar?

ELE – Nada de muito pesado. Não leve muita roupa, só o suficiente. Depois eu posso até fazer uma listinha para você. O que a gente não pode é ficar carregando peso para lá e para cá. Reservei nossos quartos num ótimo hotel muito no centro, bem próximo de tudo. Chegando lá, a gente aluga um carro.

ELA – Eu acho que não tenho metade do seu talento para fazer este tipo de coisa?

O garçom pede licença e serve a soda. O jovem agradece e bebe um gole, porque o copo está transbordando. O garçom saí.

ELE – Como assim?

ELA – Ah... Planejar... Pensar em tudo. Você não deixa escapar nada...

ELE – Aprendi com você. E você sabe muito bem disso. Pára com isso...

Ambos dão um gole em suas bebidas. Ela pára seu gole no meio lembrando de alguma coisa na bolsa...

ELA – Ah, não posso esquecer... Trouxe seus livros...

Vai pegando os livros na bolsa e os entrega a ele.

ELE – Nossa... Nem lembrava desses livros...

ELA – É, pois é... Para você ver que já tava na hora de devolver... Já vou te dizer que um eu não li... Achei chato... Ou não estava inspirada... Não sei... Mas de qualquer forma obrigada... Os outros dois foram escolhidos a dedo...

ELE – Eu tinha certeza que você ia gostar...

A conversa é interrompida pelo barulho de um caminhão que entrega de mercadorias para o estabelecimento onde estão. Ele é estacionado bem na frente do casal, dele saí muita fumaça do escapamento, que vai para o rosto dos dois. Com um ajudante, o motorista deixa o motor ligado, desce do caminhão, abre a traseira a parte de trás, retira pacotes de soda italiana e entregam ao garçom de antes, junto um nota fiscal. Porém, não voltam para o caminhão, ficam conversando demoradamente com o atendente. Mesmo incomodado, o casal não muda de lugar.

ELA (falando mais alto do que o normal) – O que foi que você disse?

ELE (idem) – Eu queria te falar que, se você quiser, eu tenho uma biblioteca lá em casa...

ELA (rindo dele) – Você não tem memória mesmo, hein, seu maluco! O que tem de bom para planejar as coisas tem que esquecido... Foi eu que te ajudei a montar a biblioteca, não lembra? Fui que eu te ajudei...

ELE (rindo dele mesmo) – É mesmo... Como é que eu pude esquecer... Você deve achar que sou um mal agradecido...

ELA – É lógico que não... Tudo o que fiz foi por amor...

ELE – O que?

ELA – O que fiz foi por amor... Este nunca faltou para você...

Pelo barulho, ele não ouve o que ela diz, mas finge que sim para não aborrecê-la. Nesse momento, pára um carro grande bem atrás do caminhão, quase cola nele, e começa a buzinar sem parar. O motorista e o ajudante continuam conversando com o garçom, não manifestam nenhuma reação.

ELE (quase gritando) – Eu queria te pedir um favor...

ELA (idem) – O que?

ELE – Eu queria te pedir um favor...

ELA – Claro, fala...

O carro começa a dar ré e a bater no caminhão. Sem parar. Dar ré e bater. Dar ré e bater.

ELE – Você pode me buscar na escola mais cedo hoje?

ELA – O que?

ELE – Eu queria saber se você pode me buscar na escola mais cedo hoje... A professora vai faltar... Não vai ter substituta... E a servente não é muito legal, sabe? Na verdade na verdade, ela é muito ruim... Ela bate nas crianças... Tenho medo de ficar sozinho com ela... Tenho medo de ficar sozinho... Tenho medo de ficar...

ELA – Não.

ELE – O que disse?

ELA – Eu disse que não.

ELE – O que disse?

ELA – Eu disse que não. Talvez você não esteja lá.

Uma moça de uns 16 anos – que segura um copo de plástico com água numa mão e um comprimido na outra – acorda uma velha doente, que toma um leve susto. Desperta suada e um pouco agitada. Ambas são pobres.

MENINA (ajudando a velha a se sentar e se acomodar no travesseiro) – Desculpe te acordar... É hora do seu remédio...

A velha não responde, senta-se na cama, pega o copo, toma o comprimido e bebe a água. Devolve o copo para a menina.

VELHA – Eu sonhei com meu filho...

MENINA – Foi sonho mesmo, porque a senhora não tem filho...

VELHA – Eu tenho.

MENINA – Tem?

VELHA – Eu sempre sonho com ele... Às vezes isso cansa... Mas no fundo eu gosto muito... Me conforta... Engravidei dois anos depois que cheguei em São Paulo... Eu me aposentei como doméstica na casa de gente rica, mas antes disso eu era puta...

MENINA (assustada) – Como?

VELHA – É isso que você ouviu... Eu era puta... Nunca viu uma puta? Então... Eu era uma... Engravidei de um marginal... Tirei... Tirei porque não tinha condições de ter um bebê... Mal conseguia me sustentar... Aliás, não consigo até hoje com essa miséria de aposentadoria... Você sabe melhor que eu... Nunca consegui...

MENINA – Nossa, como a senhora teve coragem? Isso não é coisa de Deus?

VELHA – Eu não sei que cara tem o seu Deus...

MENINA – E o sonho?

VELHA – Que sonho?

MENINA – O sonho que a senhora acabou de sonhar?

VELHA – Ah, minha filha... Esse foi só mais um... Eu sonho com ele todo dia... Cada dia num lugar... E todo dia a gente tá feliz...

MENINA (fazendo sinal) – Cruz credo... (Longa pausa) E o pai dele?

VELHA – Morreu...

MENINA – Morreu?

VELHA – Morreu...

MENINA – Como?

VELHA – Mataram ele. Ele não pagou dinheiro de droga.

MENINA – Ah...

Longa pausa.

MENINA – E com ele? A senhora já sonhou?

VELHA – Não... Nunca...

MENINA – A senhora tá com fome?

VELHA – Não.

MENINA – E se...

VELHA – Eu fui com uma amiga tirar o menino... Ela era puta também... O lugar era sujo... Mais sujo que onde eu morava... Mais sujo do que aqueles hoteis que eu fazia programa... Eu lembro da moça... Uma moça bonita... Loira, olho claro... Também novinha, que nem você, pouquinho mais velha... Estranho num era uma puta num lugar daquele... Estranho era uma moça bonita daquela num lugar daquele... O negócio em si até que foi rápido... Eu só lembro do barulho de um peso no cesto de lixo... E da voz delicada da moça bonita... Fique calma, você não é a primeira nem vai ser a última... Relaxe... Você sabia que a maioria das mulheres faz isso, não sabia? Eu mesma tenho um monte de amiga que já fez... Olha... Tente pensar numa coisa boa... Não vai demorar muito, eu prometo... Logo logo você já estará em casa... Você é amiga dela, não é? Sou sim... Se quiser, pode segurar na mão dela... Eu já libero vocês...

Velha e menina em silêncio, cúmplices.

VELHA – O que você ia me falar?

MENINA – Só perguntei se você estava com fome...

VELHA – Sim, estou com fome... Você pode esquentar um pouco de sopa?

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O samba do adeus

Aquela era a última vez que Diana entrava no barracão, vazio. A máquina de costura de Dona Zizinha, que não parou de trabalhar no último mês, agora estava desligada. Enquanto a bela mulata recolhia as latinhas de cerveja dos ensaios e as bitucas de cigarro espalhadas pelas muretas, as lágrimas corriam incontroláveis pelo rosto. Cada pedaço dos carros alegóricos, ali jogados pelo chão, lembrava um segundo do que tinha vivido há poucos dias, quando todos os holofotes e os olhos de todos os homens estavam voltados a ela.

Os gritos de guerra da sua escola agora davam lugar aos ressoares das televisões distantes daquela Quarta-Feira de Cinzas, dia de apuração. Enquanto ouvia o anúncio de cada nota, continuava no seu ato redentor de limpar aquele espaço onde jamais entraria novamente. Consumia aquele momento como nenhum outro em sua vida, como se quisesse guardar na pele e na memória aqueles que tinham sido seus dias de glória.

- Vá embora, minha filha. É o melhor que você faz.

O conselho não saía do pensamento. Ele veio, no dia anterior, da própria Dona Zizinha, a baiana mais querida da agremiação. Pouco tempo depois do fim do desfile, ainda com as fantasias no corpo, conseguiram achar um lugar na dispersão onde ninguém pudesse vê-las, bem atrás de um velho banheiro desativado. Sentarem-se no chão de asfalto quente da madrugada, onde a menina, com o rosto molhado, manchado pela maquiagem dos olhos, pôde deitar a cabeça em cima do enorme vestido branco da velha sambista. 

As palavras saíram engasgadas do coração doído daquela mãe postiça que via sua menina pela última vez. As duas aos prantos, num abraço apertado e desesperado, cheio de uma saudade antecipada.

- Como vou ficar sem você, mãezinha?

- Que mamãe Oxum te projeta, filha minha.                                                                            

E era ele, o coração, que pedia para ficar. Ele e os olhos verdes do diretor da escola, o moreno Ezequiel, também conhecido como Gavião. O desejo violento que sentiam um pelo outro ganhou um impulso ainda maior no começo dos ensaios daquele ano, quando Diana já havia deixado para trás a última sombra de sua meninice. Uma paixão que os invadiu sem nenhum espaço para qualquer tentativa de racionalidade e bom senso e agora estava prestes a arruinar três vidas. 

A terceira delas, e mais afetada, era a de Deusa, casada com Ezequiel há vinte anos, mãe de seus três filhos e também a mulher mais respeitada da comunidade. Tinha uns quarenta e poucos anos e era do tipo guerreira, cuidadora, que entra em briga para defender família, amigos e qualquer pessoa de bem que frequentasse o barracão.

As traições de Ezequiel trataram de acabar com o amor próprio de Deusa, que com ou sem carnaval estava sempre a seu lado, e também minar a moral da escola que, neste ano, estava a um passo do rebaixamento. Como se uma névoa de raiva e rancor tivesse baixado naquele lugar que sempre foi de alegria.  

E lá no fundo de seu sentimento de mulher, a inveja de quem já não gozava mais daquela maldita beleza perfeita de quem tem vinte e três anos de idade, de quem por onde passa irradia... A inveja que vinha daquela mulher, ainda bonita, que um dia já foi a mais imortal das passistas, de quem já foi princesa, de quem já foi rainha.

- Você também vai envelhecer.

Como quem ainda estava longe de saber o que era isso, Diana lavou as mãos no lavatório do barracão, pegou sua bolsa numa das cadeiras de plástico e, ao sair, percebeu que Gavião estava ali olhando para ela, talvez não por muito tempo, mas há alguns minutos. Os mesmos olhos apaixonados que não se esfriaram diante da sua realidade, que foi sua um dia e agora se apresentava como nova.

Não correram um para o outro, não se abraçaram, não repetiram nada. Num gesto delicado, cheio de respeito e gratidão, ela abaixou a cabeça, como quem salda e despede-se de um bamba do samba. 

***

(Este conto terá uma nova versão um dia). 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Adriano

Esta é a rua do diabo.
Esta foi a rua do garoto que um dia carregou um nome, mas que por ele nunca foi chamado.

- Não quero você perto deste herege. 

As mães tinham horror quando ele se aproximava dos outros meninos, mesmo aqueles que pareciam tão atentados quanto. Costumava botar o pé na rua bem no meio da tarde, lá pelas três. Era quando começava uma gritaria de mulher chamando pra banho, pra lição de casa, pra jantar que seu pai já chegou... Tudo, menos que ficassem perto, era perigoso. É filho do coisa ruim, acreditavam. Já o padre dizia que o que ele precisava mesmo era de um bom corretivo.

- No meu tempo, a coisa era resolvida na base do sarrafo. 

O menino-diabo, por onde passava, deixava a marca da desgraça. O esperto que se aventurasse a integrá-lo no time de futebol, por pena, medo ou vontade de chamar a atenção, saía no mínimo com um nariz quebrado. Uma torção no tornozelo virava caso para cirurgia. Nem o valente da turma, nem o mais inteligente, nem o gente boa ou nem mesmo o mais devoto dos coroinhas tentava chegar perto. Era olhar para ele e desistir de qualquer boa intenção.

Era sempre o dono da bola, sem nunca ter tido uma. Cuspia quando falava, tinha dente podre, fedia o tempo todo, errava o português, carregava um monte de piolho e xingava a avó dos piores nomes. O típico galego do cabelo liso, louro, franja nos olhos cujo corpo era um sebo só. Encardido e boca suja. Unhas sujas que viviam na boca. Aspecto miserável que podia ter saído de uma mina de carvão. Repetente, mais da metade do ano letivo passava na diretoria.

Ele tinha a capacidade de reunir contra os meninos aquele veneno que a raiva e a inveja borrifam dentro da gente, mas principalmente de quem tem espírito fraco. Os mais bonitos e populares eram seu alvo predileto. Olhava para eles como quem olha o inimigo da infantaria. Ficava dias, e até semanas, arquitetando o plano que arruinaria a vida do próximo. E depois do próximo e do próximo e mais outro e depois de quem fosse. Bastava olhar atravessado.

A vingança da tarde da segunda quinta-feira de outubro daquele ano não chegou a acontecer. Os garotos não sabiam o que fazer quando viram o corpo estendido ali no chão. A mesma camiseta laranja que ele nunca tirava do corpo, tão surrada e cheia de buracos. A bermuda cinza suja do pó do asfalto. O arranhado no joelho, uma pequena mancha de cor rosa, revelando a casquinha retirada há pouco tempo, onde brincavam três formigas vermelhas. E o buraco na testa do corpo menino morto.

A bicicleta roubada no dia anterior agora se resumia a um monte de tubos, aros, rodas e guidão estilhaçados de uma forma quase impossível de imaginar, se esta história não fosse verdade. Por infelicidade, azar ou acaso, o menino, que guiava o brinquedo com a excitação de quem está no auge da uma desforra, foi de encontro a um velho Gol vermelho que vinha em alta velocidade. O motorista, embriagado, só bateu a cabeça no para-choque e torceu um pouco o pé direito. O diabo não teve a mesma sorte, vítima da semente podre da qual nasceu.

Naquela época, eu era uma espécie da namoradinha do dono da bicicleta e única amiga do menino-diabo. Ainda hoje consigo lembrar dos três toques secos que minha tia deu na porta do banheiro tentando me avisar, enquanto eu enxugava os cabelos com a toalha. Quando ela encontrou o tom de proteção para dar à voz, como os adultos fazem em horas como essas, eu já sabia de tudo.

Hoje, depois de tantos anos, não busco nem preciso de explicações. O passado e a morte são damas velhas e caprichosas que não se deixam analisar. O que sei é que tem certas existências que não deixam nenhum rastro. Pelo menos que eu me lembre, ele não deixou nenhum.

Não deixou nenhum carrinho de rolimã quebrado na garagem.
Não deixou cadernos de desenhos, nem de caligrafia. Nem papéis rabiscados com seu nome.
Não deixo um vira-lata chamado Sargento.
Nem deixou a saudade de um irmão.

Quando morreu, o menino-demônio tinha 11 anos.
Adriano seu nome.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Secura

são pedro são pedro
cê pode ser da diretoria
mas a gente é fidideus

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Mais uma entre todas

"Escrevo esta carta que você não vai ler. Escrevo pensando em quanto de eternidade pode se perder em cinco minutos. Cinco minutos em que não te encontrei. 

Cinco foram os minutos que percebi os objetos jogados, a toalha em cima da cama e as roupas desalinhadas. Coisa de quem tem pressa. 

Entendo sua partida, sofro e aceito. Não chego a querer ter vivido a felicidade. Ela sempre foi para mim alguma coisa que não existe. Você foi e assim era para ser. Sabia que chegaria este momento e que a única coisa que me restaria era respirar, respirar apenas, me deixar ser. Sabia que o cheiro que sinto agora, da sua camiseta velha de dormir ainda úmida, se misturaria com as lembranças de um sonho qualquer que, em breve, também não terá importância. 

Conhecia o nosso futuro que agora se realiza como uma tragédia, mais uma linha de um destino mal traçado. 

Não, a vida não aconteceu".

* * *

Carta-clichê.
Tarefinha feita da aula-palestra do escritor Luiz Bras.
Ruinzinha até, mas que tem alguma coisa que gosto muito. Ou que me atrai. 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Programa

- Vai, cachorra, faça o que quiser de mim...
- Bora dormir.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Sucesso literário

É muito microtalento...

(Em coautoria com Caio Tozzi)