segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Saga do anti-herói

Desde agosto, está em cartaz no Satyros o espetáculo Roberto Zucco, peça do dramaturgo francês Bernand-Marie Koltès, agora dirigido por Rodolfo Garcia Vasques. É baseado na história dos últimos dias do assassino italiano que dá o nome à peça, depois que mata várias pessoas, inclusive seu pai e sua mãe.

Tenho um carinho especial por esta montagem porque participei do começo de seu processo e fiz amigos queridos. Foi gostoso vê-los interpretar um texto contemporâneo que é simplesmente brilhante. Construído em cima de monólogos e diálogos triviais e ao mesmo tempo poéticos, que mostram a histeria e desespero interno de cada personagem, na relação com ou falando sobre Zucco.

Koltès escolhe arquétipos bem marcados. Os policiais tolos que se acham muito espertos. A mãe amedrontada que morre enforcada. A menina boba que perde a virgindade e se apaixona. A irmã mais velha, solteirona. As prostitutas que acompanham toda a trajetória do anti-herói. O velho amedrontado da estação de metrô. Zucco serve de espelho para que eles se revelem, e vice-versa.

Dos queridos que estavam no palco, o destaque é a Maria Casadevall - ela é uma das melhores atrizes que eu já vi em cena e é a melhor de Zucco também. Se você for assistir à peça, preste atenção: ela faz a senhora do parque.

Assim como em Hipóteses para o Amor e a Verdade (também em cartaz nos Satyros), Rodolfo usa imagens em vídeo. E criou a arquibancada móvel, pela qual a plateia é conduzida pelos próprios atores para diferentes espaços a cada situação vivida por eles. Divertido para quem assiste e inovador como recurso de encenação.

Vale muito a pena ver.
Mais informações em http://satyros.uol.com.br.
Depois que assistir, volte aqui e diga o que achou.

Na foto:
Robson Catalunha (Zucco) e Maria Casadevall.
Crédito: Marcelo Ximenes (que também está no elenco).

4 comentários:

Anônimo disse...

É isso aí, Rê! Parabéns pelo blog!!!! Tâmo junto!

Beijoooosss
Bia Meinberg

Renata Bortoleto disse...

Queridíssima da minha vida,
Obrigadinha. O melhor de tudo do sábado foi a companhia. Tâmo junta sempre.

Antonio disse...

Gostei bastante da cena em que o Zucco está com a arma na cabeça da mulher do parque, a cena toda, o ar farsesco é muito interessante. Muito interessante também é a movimentação do público. Porém acho qeu algumas cenas se prolongam alem do limite, e se tornam cansativas, mas tem muita coisa boa.

Renata Bortoleto disse...

Concordo com você em tudo, Antônio. Adoro a cena do parque (já falei da Maria no post). E também acho algumas cenas longas. Mas no geral a peça está linda! Beijinnnn. RRê