Cinco foram os minutos que percebi os objetos jogados, a toalha em cima da cama e as roupas desalinhadas. Coisa de quem tem pressa.
Entendo sua partida, sofro e aceito. Não chego a querer ter vivido a felicidade. Ela sempre foi para mim alguma coisa que não existe. Você foi e assim era para ser. Sabia que chegaria este momento e que a única coisa que me restaria era respirar, respirar apenas, me deixar ser. Sabia que o cheiro que sinto agora, da sua camiseta velha de dormir ainda úmida, se misturaria com as lembranças de um sonho qualquer que, em breve, também não terá importância.
Conhecia o nosso futuro que agora se realiza como uma tragédia, mais uma linha de um destino mal traçado.
Não, a vida não aconteceu".
* * *
Carta-clichê.
Tarefinha feita da aula-palestra do escritor Luiz Bras.
Ruinzinha até, mas que tem alguma coisa que gosto muito. Ou que me atrai.
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