quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Mais uma entre todas

"Escrevo esta carta que você não vai ler. Escrevo pensando em quanto de eternidade pode se perder em cinco minutos. Cinco minutos em que não te encontrei. 

Cinco foram os minutos que percebi os objetos jogados, a toalha em cima da cama e as roupas desalinhadas. Coisa de quem tem pressa. 

Entendo sua partida, sofro e aceito. Não chego a querer ter vivido a felicidade. Ela sempre foi para mim alguma coisa que não existe. Você foi e assim era para ser. Sabia que chegaria este momento e que a única coisa que me restaria era respirar, respirar apenas, me deixar ser. Sabia que o cheiro que sinto agora, da sua camiseta velha de dormir ainda úmida, se misturaria com as lembranças de um sonho qualquer que, em breve, também não terá importância. 

Conhecia o nosso futuro que agora se realiza como uma tragédia, mais uma linha de um destino mal traçado. 

Não, a vida não aconteceu".

* * *

Carta-clichê.
Tarefinha feita da aula-palestra do escritor Luiz Bras.
Ruinzinha até, mas que tem alguma coisa que gosto muito. Ou que me atrai. 

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